quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

“Assim como o poeta só é bem grande se sofrer...” Já dizia Vinicius de Moraes.
Se ele disse isso, quem sou eu pra discordar? Partindo do ponto de vista do meu amigo Vinicius, não me considero uma poetisa (longe de mim); sei que teria de viver muito mais coisas, passar por outros obstáculos tão mais cansativos e doloridos. Mas, acredito, toda aquela trajetória, a qual precisei percorrer somente em companhia apenas da dor e incerteza, dor de não ter sido avisada sobre a nossa última conversa e incerteza em saber se deveria sentar no sofá e fixar os olhos na porta da entrada imaginando te ver, um dia, voltando para o lugar de onde nunca deveria ter saído – não me deixando sozinha ali. E não voltou – ou voltou? Acontece que quanto mais o tempo passa, mais distante me sinto. E quanto mais distante penso estar, vejo o quão próximo você está em mim. Não fisicamente, mas em pensamento – todo dia, a todo instante.
Vim aqui pra dizer, na verdade, que se eu preciso justificar minha inspiração para escrever, se eu preciso sofrer, te dedico cada palavra, sílaba e letra deste texto. Texto esse que jamais, em hipótese alguma, chegará a você. Por que? Pelo mesmo motivo que me fez permanecer calada todo esse tempo, sonhando que tudo não passava de um sonho, mesmo, no fundo, sentindo a realidade, gemendo e implorando à vida que não me tirasse mais nenhum pedaço. Sozinha. Sem você. Tudo tão vazio. Só uma vaga lembrança.
Às vezes choro de saudade. Às vezes choro por pensar em todo o amor negado. Às vezes choro em pensar em tudo o que só você poderia me fazer viver. Às vezes choro porque minha lágrima sempre foi minha melhor palavra; e assim como as que escrevo, ficam implícitas. Choro baixinho para ninguém ouvir, mas rio alto disfarçando a saudade de você aqui.
Um vazio... Foi o fim de todo aquele amor incalculável, incontrolável, insaciável, adorável... Um vazio tão profundo, chegando a fazer eco. E continua ecoando... teu nome até os dias de hoje.

Volta... Pelo menos pra me devolver a vontade de viver e a possibilidade de amar outra pessoa como amei você. Para sempre.

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